- A L A N N A
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Atualizado: há 4 dias
Desde o dia 2 de março de 2025 que israel iniciou um forte bloqueio contra a entrada de comida, água, medicamentos e combustível em Gaza. Crianças, pessoas idosas, mulheres grávidas, homens palestinos civis e até animais estão morrendo de fome em Gaza, a cada dia que passa os números aumentam.

Nahed Hajjaj postou isso há dois dias, atualizei as datas para que possamos nos lembrar que o tempo está correndo enquanto os palestinos estão esperando que o mundo pare esse Genocídio.
"Hoje já é o dia 8 de tomar água com sal para que nossos órgãos não entrem em falência.
Amanhã é dia 9, nós faremos o mesmo.
Dia 10, o mesmo.
4 Semanas, a maioria de nós não estará mais aqui.
2 Meses, o mundo se perguntará como deixaram 1.8 milhões de pessoas morrer de fome.
Nos Salve."
Genocídio é o extermínio deliberado de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, total ou parcialmente, com a intenção de exterminar esse grupo. Você se lembra de estudar sobre o Nazismo na escola e se perguntar, como o mundo permitiu a tortura e a morte de tantos? Pois este é o momento na história: um Holocausto Palestino está acontecendo.
Somos 8 bilhões de pessoas, o que estamos fazendo? O que podemos fazer?
1 - Se informe e compartilhe conhecimento
Considero este o primeiro passo, porque só assim poderemos compreender a gravidade da situação, aguçar a nossa sede por justiça e compartilhar a verdade sobre a colonização da Palestina e a tentativa de extermínio de seu povo.
No processo da auto educação, é importante questionar a fonte das informações. Quem escreveu? Da onde são os produtores, diretores? Quem investiu nessa propaganda?
Portanto, compartilho fontes confiáveis de Palestinos, organizações não governamentais e outros para que você possa se informar sobre a situação em Gaza:
Motaz Azaiza nunca teve a intenção de se tornar fotojornalista de guerra, gostaria que sua arte pudesse ser sobre outro tema, mas o massacre aos palestinos o faz continuar com as suas foto-denúncias. Seu instagram reune 16 milhões que acompanham a sua documentação da situação de Gaza. Em 2023, foi nomeado Homem do Ano pela GQ Oriente Médio. No mesmo ano, uma de suas fotos entrou no top 10 da TIME. Em 2024, foi nomeado também pela TIME como uma das 100 pessoas mais influentes.
Plestia Alaqad jornalista, poeta e autora palestina. Ganhou atenção internacional fazendo a cobertura dos ataques à Gaza. Em novembro de 2023, com a intensificação da invasão de Israel, fugiu com a família para o Egito e depois para a Austrália. Em 2024 foi incluída na lista da BBCC 100 Mulheres e compartilhou o prêmio Amnesty International Australia's Huaman Rights Defender com outras jornalistas palestinas Bisan Owda, Anas Al-Sharif e Ahmed Shihab-Eldin.
Middle East Matters organização não governamental liderada por jovens que defendem os direitos humanos no Oriente Médio que estão constantemente atualizando o instagram e o blog sobre a situação em Gaza.
Human Rights Watch a organização internacional não governamental compartilhou um relatório sobre os crimes de extermínio de israel.
ONU relatório da Organização das Nações Unidas denuncia o genocídio praticado por Israel contra o povo Palestino.
Amnesty é a maior organização não governamental de mobilização por justiça social no mundo e também compartilhou uma denúncia contra o genocídio praticado pelos israelenses contra a o povo Palestino.
Al Jazeera é uma rede de televisão com sede em Doha, Catar. É considerada uma das maiores e mais influentes redes de notícias internacionais do mundo e fez uma reportagem também denunciando o massacre.
Agora, para quem quer se aprofundar no assunto, indico uma série de vídeos e livros que abordam questões históricas:
A Questão da Palestina (audiobook) é um livro escrito pelo Intelectual palestino, crítico literário e professor da Universidade de Columbia, Edward W. Said. Um dos livros mais importantes para entender o ponto de vista palestino. Said expõe o sionismo como movimento colonial, denuncia a limpeza étnica de 1948 (Nakba) e o apagamento sistemático da narrativa palestina.
A Limpeza Étnica da Palestina foi escrito pelo historiador israelense revisionista, Ian Pappé, considerado um dos "novos historiadores" que questionam a versão oficial israelense com base no arquivo oficial israelense que expõe a expulsão forçada de mais de 700 mil palestinos em 1948, apresentando o evento como um projeto planejado de limpeza étnica.
Tese Onze - comandado pela Sabrina Fernandes doutora em sociologia. o Tese Onze possui uma série que aborda as questões da Palestina com uma forte base de referências acadêmicas inclusive estudiosos judeus não sionistas que são compartilhadas logo no começo da série.
É importante falar sobre o genocídio palestino em todos os meios que você tem acesso.
2 - Denuncie sempre propaganda pró ocupação
Palestina é uma nação que teve a sua terra ocupada, colonizada e vem sofrendo desde o surgimento de israel ataques com táticas de genocídio. Por isso, é importante denunciar páginas e perfis que compartilham propaganda pró-ocupação.
Além dos autores mencionados no tópico anterior, indico outros que são contra o sionismo como a filósofa política e professora da Universidade da Califórnia, Berkeley, Judith Buttler que afirma que ser anti sionismo não é ser antisemita. Leia o artigo completo aqui. Buttler ainda diz:
“A instrumentalização da ideia do antissemitismo cria um contexto de pressão para elogiar Israel e negar os direitos palestinos... mesmo quando deixamos clara [a nossa posição]... ainda enfrentaremos difamações desonestas... por criticar o massacre de civis...”
o linguista, filósofo, sociólogo, cientista cognitivo, comentarista e ativista judeu, Noam Chomsky, é contra a ocupação da Palestina e aborda em seu livro The Fateful Triangle a relação entre EUA, Israel e Palestina. Chomsky mostra como os EUA defendem Israel como aliado estratégico, silenciando as vozes palestinas e privilegiando narrativas pró-sionistas.
Em The Zionist Bible e The Bible and Zionism, Nur Masalha escritor, historiador e acadêmico palestino, expõe como a elite sionista manipulou textos bíblicos, renomeou vilarejos árabes e construiu narrativas coloniais para justificar expropriações
Quem justifica o genocídio palestino com a história de que israel está combatendo o terrorismo ou é mal caráter ou está mal informado. Como vimos até aqui, organizações e estudiosos respeitados internacionalmente reconheceram o genocídio em curso dos palestinos provocados por israel.
Segue links que abordam o envolvimento de Israel com a criação do Hamas.
The Intercept Brasil
O hamas não pode servir de apoio para que israel continue matando civis palestinos. Compartilho abaixo uma lista de reportagens confiáveis que denunciam o verdadeiro alvo de israel:
CNN - criança de 3 anos é morta à tiros por soldados israelenses
Carta Capital - Exército israelense mata uma criança e um adolescente palestinos
Estadão - soltado de israel mata criança de 4 anos
BBC - 'Éramos todos civis': o relato do único sobrevivente do ataque que matou 15 socorristas em Gaza
MEMO (vídeo) - Soldado israelense executa a tiros menino de 17 anos
3 - Boicote apoiadores do genocídio de Israel contra os Palestinos
O boicote é um arma eficiente que temos contra os opressores. O movimento BDS surgiu em 2006, inspirado pela luta dos sul-africanos contra o Apartheid. Não consuma nem financie produtos e serviços de empresas que lucram com a ocupação ilegal da Palestina.
O boicote cultural a artistas, universidades e pessoas públicas que atuam em Israel ou que defendem a ocupação e o apartheid contra palestinos também é muito importante.

O boicote funciona! Devido a pressão do BDS, os sócios do Carrefour na maior parte do mundo árabe, o Majid Al Futtaim Grupo, reagiu ao boicote finalizando todos os seus negócios com o varejista francês na Jordânia. Além disso, a empresa alemã, Puma, encerrou sua cumplicidade com o regime de apartheid de Israel e seu #GenocídioDeGaza. Mc Donald's vem sofrendo quedas de vendas cada vez maiores em todo o mundo.
4 - Faça doações
Todas as fazendas e hospitais palestinos foram bombardeados e as nossas doações são a maior fonte de comida e remédios para o povo Palestino. Separei opções confiáveis de doação do Brasil para a Palestina, segue a lista:
Palestine Red Crescent é uma associação similar à cruz vermelha, mas totalmente palestina. Doe aqui .
Gaza's Root foi recomendada pelo Middle East Matters como fonte de doações é comandada por uma artista e uma escritora palestina. Doe aqui .
Grass Root Gaza também recomendada pelo Middle East Matters, envia alimentos para Gaza e Egito. Doe aqui.
WFP seguido e indicado pelo fotojornalista palestino Motaz Azaiza. Doe aqui.
Além disso, há várias famílias palestinas pedindo doações no instagram, você pode escolher auxiliar alguma delas e promover campanhas nas redes sociais para que mais pessoas ajudem.
5 - Organize protestos e seja uma mosca nas redes sociais

Agora é mais urgente que nunca que protestos sejam organizados contra o genocídio Palestino. Dia 24/07 pessoas ao redor do mundo bateram panelas em protesto para exigir que israel pare de impedir alimentos e remédios de chegar em Gaza. Protestos Pró-Palestina tomaram as ruas da Espanha e da Irlanda, mas é preciso que o mundo inteiro grite Palestina Livre!
A minha sugestão é ocuparmos lugares estratégicos em nossas cidades para protestar como, por exemplo, a embaixada israelense em Brasília, o consulado israelense no Rio de Janeiro, consulado geral de israel em São Paulo, consulado geral de israel em Belo Horizonte e locais que chamem a atenção dos governantes e da grande mídia.
Também é importante combater as mentiras disseminadas online por israel por meio de suas mídias sociais, incomodar nos comentários e combater desinformação.
instagram ligados à israel: @israelbrazil, @stateofisrael e @israelinusa.
Além disso, países como Inglaterra e Estados Unidos estão diretamente ligados à colonização na Palestina, então pressionar ambos os países também é importante.
Eles não podem boicotar o mundo todo, então vamos deixar de medo e gritar Palestina Livre!
Outra forma de ajudar online é assistir, comentar, salvar e compartilhar conteúdos feito por palestinos e pró-palestina. Lembrando que só de "copiar o link" o instagram já entende como conteúdo compartilhado, você também pode enviar para você mesmo no WhatsApp. Comentar emojis não ajuda, mas comentar mais de nove palavras sim e, por favor, lembre de salvar!
6 - Consuma cultura Palestina
Apoiar filósofos, acadêmicos, músicos, escritores, cineastas e outros artistas palestinos é mais uma forma de ajudar a disseminar a cultura palestina e a fortalecer produtores palestinos. Além disso, é uma forma de mostrar para o algoritmo que a Palestina importa.
Portanto, compartilho com vocês uma playlist com artistas palestinos que eu admiro na música.
Indico alguns cineastas palestinos que acompanho e/ou quero conhecer mais a filmografia:
Intervenção Divina de Elia Suleiman
3000 noites de Mai Masri
Cenas da Ocupação em Gaza do pioneiro o pioneiro Mustafa Abu Ali
5 Broken Cameras de Emad Burnat (palestino) e Guy Davidi (israelense)
Gaza Fights For Freedom de Abby Martin
Put Your Soul On Your Hand da cineasta Fatima Hassouna, assassinada em um ataque aéreo israelense em Gaza, um dia após saber que seu documentário foi selecionado para um festival em Cannes.

"Se eu morrer, eu quero uma morte barulhenta" disse Fatima sabendo que israel poderia tirar a sua vida a qualquer momento.
A poesia palestina também é uma das mais bonitas e fortes que eu já li, compartilho o link de um compilado de poemas palestinos selecionados pelo mestre em ciências políticas Adarsh Badri. Encontrei outra seleção de poemas traduzidos para o português aqui.
Filastīn hurra — Palestina livre ! 🇦🇪